domingo, 31 de agosto de 2008

Editorial - edição de reinauguração

As recentes leituras que fiz de alfarrábios sobre o sarcasmo congênito das hienas africanas têm me feito muito bem; minha depressão nunca esteve tão indisposta. Munido deste sentimento de confiança, vou expor ao leitor minha tentativa de “autoterapia”. Deixarei escapar algumas palavras pela técnica psicanalítica da “livre associação” para empregá-las, de forma aleatória, como palavras-chave neste texto. Vou discorrer a partir delas, tentando descobrir sentimentos e memórias reprimidas. Caso não consiga, tornar-me-ei amigo da bebida e abdicarei a esta pretensiosa vida de literato de orkut. Que comece a sessão.

Política. O centro acadêmico tem tido um papel do destaque neste momento ímpar para a universidade. Através de assembléia geral, a diretoria pôde assumir uma posição clara nas eleições para o DCJ e reitoria da Ufpi; afinal, uma entidade que hasteia a bandeira de luta pelos direitos dos estudantes não deve omitir-se ou acomodar-se com o falso discurso da neutralidade.

Integração. Esta é condição necessária para que haja uma verdadeira força política no curso de direito. Em 10 meses de mandato, a atual gestão do CA realizou dois interperíodos de futebol de salão. Ora, é sabido por todos que a atividade esportiva, além de ser lúdica e saudável, proporciona um rápido entrosamento entre alunos. Outrossim, para fortalecer ainda mais o sentimento de unidade, foi reativada a “semana do calouro” - que têm se mostrado importantíssima para uma recepção calorosa aos novatos.

DCJ. Há cerca de três meses, houve eleições para chefe e subchefe do Departamento de Ciências Jurídicas. Com apoio incondicional de professores e alunos, foram eleitos os professores Nelson Matos e José do Monte Vieira, respectivamente. Este, trazendo longa experiência, e aquele, representando a “força jovem” (como diria o próprio Prof. Monte), têm um grande desafio pela frente: ajudar a implantar um novo paradigma no curso de Direito. Sem dúvida, o modelo de gestão que vigora está em crise, visto que alguns conceitos e convicções que perduram desde a velha Faculdade de Direito do Piauí têm se mostrado incompatíveis com a realidade atual. No último exame da OAB - que avalia os requisitos para o exercício da advocacia – a média de aprovação da UFPI foi de 67,31%, apenas 2% a mais do que a segunda colocada. Este quadro, que vem se construindo gradativamente, demonstra que, no mínimo, as faculdades particulares têm evoluído numa proporção maior que a nossa.

Futuro. Segundo Immanuel Kant, "Toda reforma interior e toda mudança para melhor dependem exclusivamente da aplicação do nosso próprio esforço”. Dessa forma, é necessário que assumamos a responsabilidade que temos no destino da universidade. A partir de agora, devemos vestir a camisa da campanha de valorização do curso e defender ferrenhamente o lugar que conquistamos. Este é o momento. Se conseguirmos conciliar os interesses de professores e discentes, formando uma parceria entre CA e DCJ, este curso será referência no Brasil, desta vez de forma indiscutível.

Pois bem, chegamos ao fim da terapia. Ao analisar este texto e alguns comportamentos recentes, concluo que talvez não seja mais aquele exímio cafajeste. Temo estar me apaixonando por esta instituição; isto deve ser o motivo de minha histeria.


Ricardo Alves
Diretor do CACC e estudante do 4º período.

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